Na
nossa primeira visita imaginária, vamos viajar até ao século XVIII. Entremos
nesta cápsula do tempo! O desafio é simples: vamos passear até Sintra e seguir
os passos de Carlos da Maia.
1)
Preparação para a visita
Primeiro, vamos imaginar que somos uma personagem do romance Os Maias de Eça de Queirós. Uma
personagem imaginária que cada participante vai criar. Assim, começamos por partilhar alguns excertos da obra para poder
escolher a roupa, os acessórios e o penteado, de acordo com os costumes e
gostos da época. Preparados?
Para as senhoras:
“
Voltou-se, viu Maria Eduarda diante de si (…) Ela, com um vestido simples e
justo de sarja preta, um colarinho direito de homem, um botão de rosa e duas
folhas verdes no peito (…)”
“Depois,
ao voltar-se, viu de repente a Gouvarinho (…) Estava com uma toilette inglesa, justa e simples, toda
de casimira branca, de um branco de creme, onde as grandes luvas negras à
mosqueteira punham um contraste audaz: e
o chapéu preto também desaparecia sob as pregas finas de um véu branco,
enrolado à volta da cabeça, cobrindo-lhe metade do rosto, com um ar oriental
(…)”
Para os senhores
“
(…) a maior parte dos homens (…) com jaquetões claros, e de chapéu-coco (…) de
sobrecasa.”
2)
Ponto de encontro e meio de transporte:
“Na manhã seguinte, às oito
horas pontualmente, Carlos parava o break na Rua das Flores, diante do conhecido portão da casa do Cruges (…).”
3)
Itinerário:
- Amadora - “Felizmente estavam chegando à Porcalhota. O seu vivo desejo seria
comer o famoso coelho guisado.”
- Chegada à vila de Sintra,
Palácio da vila - “E foi
o que mais lhe agradou – este maciço e silencioso palácio, sem florões e sem
torres, patriarcalmente assentado entre o casario da vila, com as suas belas
janelas manuelinas que lhe fazem um nobre semblante real, o vale aos pés (…) e
no alto as duas chaminés colossais, disformes, resumindo tudo, como se essa
residência fosse toda ela uma cozinha talhada às proporções de uma gula de rei
(…).”
- Check-in no Hotel Nunes (perto do Palácio da Vila) e almoço
“Que isto quando a gente vem a Sintra, é para abrir o apetite e fazer bem à barriga.”
“Que isto quando a gente vem a Sintra, é para abrir o apetite e fazer bem à barriga.”
- Passeio pela vila até Seteais -
“Eram duas horas quando os dois amigos saíram enfim do hotel, a fazer esse passeio a Seteais, que desde Lisboa tentava tanto o maestro (…) Via-se o Castelo da Pena, solitário, lá no alto. E por toda a parte o luminoso ar de abril punha a doçura do seu vestido.”
“Eram duas horas quando os dois amigos saíram enfim do hotel, a fazer esse passeio a Seteais, que desde Lisboa tentava tanto o maestro (…) Via-se o Castelo da Pena, solitário, lá no alto. E por toda a parte o luminoso ar de abril punha a doçura do seu vestido.”
- O Hotel Lawrence
“Defronte do hotel Lawrence, Carlos retardou o passo, mostrou-o ao Cruges (…) Um som de rodas interrompeu-os, uma caleche descoberta (…) Parara diante da grade donde se domina vale. E dali, a rica vastidão de arvoredo cerrado (…) um declive da serra (…)”
“Defronte do hotel Lawrence, Carlos retardou o passo, mostrou-o ao Cruges (…) Um som de rodas interrompeu-os, uma caleche descoberta (…) Parara diante da grade donde se domina vale. E dali, a rica vastidão de arvoredo cerrado (…) um declive da serra (…)”
-
Estrada do Lawrence a Seteais
“ Sintra não são pedras velhas, nem coisas góticas … Sintra é isto, um pouco de água, um bocado de musgo … Isto é um paraíso.”
“ Sintra não são pedras velhas, nem coisas góticas … Sintra é isto, um pouco de água, um bocado de musgo … Isto é um paraíso.”
“Cruges agora admirava o
jardim por baixo do muro em que estavam sentados. Era um espesso ninho de
verdura, arbustos, flores e árvores (…) noutros recantos, aquele jardim de
gente rica, exposto às vistas, tinha retoques pretensiosos de estufa rara,
aloés e catos (…) pinheiros bravos, lâminas de palmeira (…)”
-
Seteais - “Mas, ao chegar a Seteais, Cruges teve uma desilusão
diante daquele vasto terreiro coberto de erva, com o palacete ao fundo,
enxovalhado, de vidraças partidas, e erguendo pomposamente sobre o arco, em
pleno céu, o seu grande escudo de armas.”
“ (…) no pleno resplendor do
dia, destacando vigorosamente num relevo nítido sobre o fundo de céu
azul-claro, o cume airoso da serra, toda cor de violeta-escura, coroada pelo Palácio da Pena, romântico e solitário,
com o seu parque sombrio aos pés, a torre esbelta perdida no ar, e as cúpulas
brilhando ao sol como se fossem feitas de ouro.”
4)
Jantar
no Hotel Lawrence
– Menu: bacalhau à Alencar, queijadas e vinho de Colares.
– Menu: bacalhau à Alencar, queijadas e vinho de Colares.
Sábado à tarde, pelas 15:30, a Primavera acabou de soltar alguns aguaceiros. Pois isso torna a vila de Sintra mais bela ao nosso olhar de leitor, e melhor ainda, turista leitor. Uma agradável visita imaginária, que me fez querer reler Os Maias, e fazer a visita real com a Oui Go Lisbon. Gostei muito da escolha das passagens. A introdução, com a escolha das personagens e dos trajes de época, fez-me viajar no tempo e ingressar neste roteiro literário repleto de beleza natural, e onde as palavras de Eça ganham vida. Muito obrigada.❤🌈
ResponderEliminarMuito obrigada pela mensagem! Que bom teres viajado e passeado por Sintra! E sim, a ideia de viajar como se uma personagem do romance, dá um toque de magia e fantasia ao momento.
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